terça-feira, 8 de setembro de 2009

Astros do Rock - Parte 2




O post sobre as capas com lua, estrelas e outros astros variados acaba de ser postergado. Após minhas férias em Formentera, a ilha, não dava para ignorar as que trazem o mais popular – ou pelo menos o mais endeusado – dos nossos companheiros de Cosmos como protagonista: o Sol, oras.

TOP 5 SOL

5-Mutantes – “Tudo foi Feito pelo Sol”


Sérgio Dias, então único remanescente dos Mutantes originais, quis guinar para o rock progressivo em alta no momento da produção deste disco. Ganhavam espaço as músicas cheias de partes, solos extensos e temática lírica pendendo mais para o fantástico do que para o psicodélico (um dos pontos fortes “mutânticos” originais).

Há quem tenha náuseas quando escuta “Tudo foi Feito pelo Sol”. O LP está, sim, bem abaixo dos preciosos trabalhos anteriores dos paulistanos. Mas quem o encara sem preconceitos acaba encontrando um disco com algumas boas surpresas. A capa, infelizmente, não é uma delas.



4-John Coltrane – “Interstellar Space” (gravado em 1967 mas lançado só em 1974)

Bem descomplicada, esta capa representa de certa forma o estado de espírito místico de Coltrane à época do lançamento do disco. A música que vem da bolacha encartada, pelo contrário, é uma das mais desafiadoras e difíceis já registradas em acetato.
Aqui está o gênio supremo do sax em sua fase mais radical, de improvisos delirantes e intermináveis, “dialogando” com o baterista Rashid Ali. Cada sessão ganhou o nome de um planeta. Já ouvi nego dizendo que é o melhor disco que já escutou, e fulano xingando a mãe de Trane por tê-lo feito. Ou seja, no mínimo, bem interessante.



3-Rollins Band – “The End of Silence” (1992)

Acho que eu preferiria encarar até um sol de “mala leche” como este da capa do que Henry Rollins irritado. No show que a Rollins Band, sua banda pós-Black Flag, fez no antigo Palace, em São Paulo há quinze anos, lembro nitidamente do cantor ameaçando a platéia: “no more stage divings, ok?” Ao que foi prontamente obedecido, é lógico.



2-King Crimson – “Lark’s Tongues in Aspic” (1973)

Esta capa é estranha, instigante e traz forças antagônicas contrapostas, como a música do próprio King Crimson em seus melhores momentos.
Um deles, aliás, é este álbum, o encontro inédito de elementos então sem nenhuma intimidade entre si. Do metal à percussão experimental, passando pelos protótipos rítmicos do que hoje em dia se conhece como math-rock.




1-Isaac Hayes – “Hot Buttered Soul” (1969)
 Ao que tudo indica, é a luz do Astro Rei a que reluz na careca do mestre do soul safado falecido há um ano, ou pelo menos a idéia era passar este efeito. Se não era, passa a ser a partir de agora. Acho, então, que não precisa dizer muita coisa mais sobre esta foto de Bob Smith.
 Só, talvez, de que seu impacto está à altura do causado pelo álbum, uma revolução no formato das canções soul e onde tudo pode acontecer. Até um clássico de Burt Bacharach se transformar num lamento psicodélico de doze minutos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.