Aos
queridos leitores deste blog: o Mala atingiu sua 100ª lista e aproveita o
acontecimento numerológico para entrar em suave hibernação. Em breve vocês saberão
mais a respeito das novas listas, que continuam aqui, loucas para serem
publicadas.
Exemplar da tiragem 1 de "Love Me Do/P.S. I
Love You", cujo lançamento completa 50 anos
hoje (Foto: Beatles-64)
A lista de número 100 do Mala da Lista aparece enquanto o Fim do Mundo
se aproxima, de acordo com o calendário maia. Mas, para a comunidade
internacional de milhões de beatlemaníacos, nada mais importa do que hoje, 5 de
outubro, o 50º aniversário do lançamento do primeiro compacto dos Beatles, editado
no Reino Unido pelo selo Parlophone, ligado à EMI.
Trazendo 2 minutos e 22 segundos de pura magia no lado A com “Love Me
Do” e 2 minutos e seis segundos de encantamento melódico juvenil no lado B com
“P.S. I Love You”, duas autênticas amostras da denominação de origem
Lennon-McCartney - embora mais McCartney do que Lennon –, o début de sete polegadas mudou para
sempre o mundo.
Desde então, além de toda a revolução musical promovida pelos Fab Four, fenômenos típicos do século 20,
como a transformação de personalidades pop em semideuses e em artigos altamente
vendáveis, também ganhariam novas proporções. Algo que se nota não apenas na
infinidade de conteúdo e produtos já produzidos a respeito dos quatro roqueiros
de Liverpool, mas também nas letras de algumas boas canções sobre eles.
Separei cinco destas composições que trazem um ou dois integrantes dos
Beatles como personagens. Menções honrosas para “Jesus Chorou”, dos Racionais
MC’s, e “Assassino”, do astro da no wave gaúcha Tony da Gatorra, ambas
incluindo John Lennon em listagens de pessoas famosas que pregavam a paz.
A seleção com canções sobre a
banda como um todo, e o ranking de faixas nas quais os próprios besouros se
auto-referenciam ou trocam farpas entre si, também bastante promissoras, ficam para
depois.
5-Shelley Plimpton x George
Harrison– “Frank Mills” (1968)
Aqui a menção vai para o Quiet
Beatle, George Harrison: “Ele foi visto pela última vez com seu amigo / Um
baterista, parecido com o George Harrison dos Beatles”. Tema extraído do mítico
espetáculo “Hair”, cuja estreia na Broadway ocorreu em 1968. Os Lemonheads
fizeram versão no bom disco “It’s a Shame About Ray” (1992).
4-Caetano Veloso x John Lennon
e Ringo Starr – “Cambalache” (1969)
Adaptando em grande estilo um velho tango de Enrique Santos Discépolo
(1901-1951), Caetano incluiu referências a dois beatles nos lugares que, na
composição original, eram dedicados ao compositor Igor Stravinsky e ao
astrônomo Luigi Carnera. O resultado ficou assim: “Misturem-se Ringo Starr,Van Don Bosco e La Mignón,Don Chicho e Napoleón,John Lennon e San Martín”. No vídeo abaixo, foi utilizada como trilha
sonora de imagens de manifestação ocorrida este ano em Barcelona.
3-Milton Nascimento x John
Lennon e Paul McCartney – “Para Lennon & McCartney” (1970)
Mesmo sem referência direta (o refrão diz “Mas agora sou cowboy/
Sou do ouro / eu sou vocês”), trata-se
de um “pedaço” de homenagem à genial dupla.
2-Odair José x John Lennon -
“Eu queria ser John Lennon”
“Eu queria ser John Lennon um minuto só / Pra ficar no toca-discos e
você me ouvir”. Eis a sabedoria popular devidamente beatlemaníaca do
veteraníssimo Odair. Com direito à pronúncia “John Lêno”.
1-Devendra Banhart x Paul McCartney e Ringo Starr – “The Beatles”
(2005)
O neohippie meio venezuelano meio americano Devendra se espanta já na
primeira estrofe: “Paul McCartney e Ringo Star são os únicos Beatles no mundo!”.
E é só. Depois ele aperta a tecla sap e recupera uma velha cantiga sobre não
matar o toureiro, e sim o toureiro, mandando também um salve para Donovan e
Marc Bolan.
Assim me apelidou minha irmã, também autora da foto acima, com base no
meu desempenho em um recente passeio de barco.
Eu bem que me esforcei. Mas da tentativa de me estabilizar na proa à
devolução do café da manhã na proa não transcorreram nem 30 minutos.
Ainda com o estômago traumatizado, me faltam palavras para transformar o
episódio em crônica. Resolvi, então, arriscar uma mini-fotonovela baseada nas
dez melhores capas de disco estreladas por artistas a bordo de barcos. Uma "caponovela", mais ou menos.
IMPORTANTE: ler apenas quando em terra firme.
10-The Beach Boys – “Summer Days (And Summer Nights!!)” (1965)
O dia não poderia ter começado melhor; a rapaziada estava animada.
9-Maysa – “Barquinho” (1961)
Havia garotas na tripulação, o que torna tudo muito mais legal.
8-Bow Wow Wow – “See Jungle! See Jungle! Go Join Your Gang, Yeah.
City All Over! Go Ape Crazy” (1981)
Elas não ficaram peladas,
mas uma fez topless.
7-Echo and The Bunnymen – “Ocean Rain” (1984)
A paisagem era de tirar o fôlego.
6-Crosby,
Stills and Nash – “CSN” (1977)
Enfim, sorríamos à toa.
5-Jorge Mautner – “Bomba de Estrelas” (1981)
Até que chegou o embrulho:
ancestral, eterno, torturante. Vi cobras e borboletas, e o reggae dos alto-falantes passou a soar
como um violino tocado com uma espada.
4-David Ackles – “American Gothic” (1972)
Outro se enjoaram, mas nem
de longe como eu. Me isolei.
3-James Taylor – “One Man Dog” (1972)
(Esse aqui pelo menos ainda contava com o cachorro)
2-Speck Mountain – “Speck Mountain” (2006)
Não teve jeito, fui
desembarcado prematuramente no porto mais próximo...
1-Sparks – “Propaganda” (1974)
...e passeios de barco, de agora em diante, só amordaçado.
Kristen Stewart e Robert Pattinson flagrados por paparazzi: playlist para os pombo-vampiros
“Minha vida ficou menor depois que fiquei famoso”.
Ao voltar pela milésima vez, em entrevista coletiva, ao assunto da
traição cometida por sua namorada atriz Kristen Stewart com o diretor Rupert Sanders,
o ator Robert Pattinson resumiu os desabafos entalados nas goela de muitas
celebridades.
Afinal, será que vale mesmo a pena tornar-se famoso a ponto de que as
idas e vindas de nossa vida pessoal sirvam de “conteúdo” para revistas,
jornais, sites, blogs, tuits e semelhantes?
Tão caçados quanto estrelas de Hollywood, popstars assinariam embaixo ao
manifesto improvisado do humilhado vampiro. Na verdade, eles já fizeram isso com
um farto repertório de canções a respeito da hediondez dos paparazzi, ou
simplesmente sobre o quão inconveniente pode ser esta faceta da fama alimentada
pela cultura do sensacionalismo.
Enquanto as feições pálidas de Robert se recuperam do sangue perdido
durante os meses de sucção de privacidade, e Kristin lhe faz ridículas juras
públicas de amor, lanço aqui um Top 10 com as melhores músicas sobre paparazzi,
tabloides e outras pedras no sapato dos famosos.
*“Paparazzi”, de Lady Gaga, é ruim e fica de fora.
10-Queen – “Scandal” (1989)
“Querem tornar sua vida em um freakshow”. Desta forma, o Queen
simultaneamente mandava às favas a imprensa marrom por especular em torno do
divórcio de Brian May e fofocar sobre a saúde de Freddy Marcury, que então já
portava o HIV, mas sem revelá-lo.
9-Racionais MC’s – “A Vítima”
(2002)
Não está entre os clássicos dos Racionais, mas se
enquadrada na categoria de raps do quarteto em que o ouvinte aguarda a próxima
linha como em um relato policial. Edi Rock conta o episódio de quando se
envolveu em um acidente que resultou em vítima fatal, e como a imprensa
explorou os fatos: Virei notícia,
primeira página/ Um paparazzi focalizou a minha lágrima/ Um repórter da Globo me insultou/ Me chamava de assassino, aquilo inflamou/ Tumultuou, nunca vi tanto carniceiro/ Me crucificaram,me julgaram no país inteiro
8-Wire – “12XU” (1977)
No melhor estilo haikai da banda pós-punk inglesa: Te vi em uma revista/ Beijando um cara /Tenho você encurralada.
7-Kanye West – “Flashing Lights” (2007)
O bom clipe, no qual uma gostosa sequestra
Kanye, o amordaça em um porta-malas e o dilacera com uma pá, ajuda a entender.
Segundo a letra, West foi pego no pulo com uma amante por um fotógrafo
sorrateiro: Até que fui clicado por um
paparazzi/ Caramba, estes “niggas” me pegaram/ Eu odeio mais estes “niggas” do
que um nazi.
6-Rush – “Limelight” (1981)
Quase tão comentada quanto os dotes baterísticos de Neil Peart é a sua
total incapacidade de lidar com o assédio dos fãs e com a própria notoriedade. A
fama realmente lhe incomoda e ele, letrista da banda, fez questão de escrever
sobre isso: Escalado para este papel
incomum/ Sem recursos para atuar/ Sem tato suficiente/ Há de se colocar
barreiras /Para permanecer intacto.
5-Michael Jackson – “Leave me Alone” (1987)
Já lá atrás, há 25 anos, Michael lidava com a presença massacrante dos
tablóides. Sendo assim, mesmo que a letra da canção pareça direcionada a uma ex-namorada
que não sai da bota, o clipe - claramente inspirado peor Sledgehammer”, de
Peter Gabriel -, lhe dá esta conotação de fobia sensacionalista. “Stop dogging
me around”, pede Jacko, enquanto dribla manchetes de tablóides e adentra uma
enorme boca com o carrinho de montanha-russa - que caminha por dentro dele
mesmo, como descobrimos ao final.
4-Roberto Silva – “Jornal da
Morte” (1961)
Em uma música na qual figura a estrofe “tresloucada,
seminua, jogou-se do oitavo andar, porque o noivo não comprava maconha para ela
fumar” é difícil uma outra frase se destacar. Mas o sensacionalismo – atingindo
outra espécie de famoso, a dos bicheiros - ainda é melhor descrito em partes
como “um escândalo amoroso, com retratos do casal,
um bicheiro assassinado, em decúbito dorsal”. Samba de autoria de Miguel Gustavo,
regravado em versão pedrada da Nação Zumbi em 2000.
3-Tom Zé, Gilberto Gil, Gal Costa
e os Mutantes – “Parque Industrial” (1968)
Outro cântico verdadeiramente recheado de versos imperdíveis – pudera,
foi escrito por Tom Zé -, e que chega ao ápice com “a revista moralista traz uma
lista dos pecados da vedete”. Para esta releitura no VMB 1999, o time original mudou um pouco: sai Gal e entra Caetano, e Rita representa os Mutantes.
2-David Bowie – “Fame” (1975)
“A fama faz um homem repensar as coisas”. Com vocês, a visão do que era
ser uma celebridade em 1975, por Bowie e seu novo amigo John Lennon. Apresentada em grande estilo no mitológico programa de black music"Soul Train".
1-R.E.M. – “Bad Day” (2003)
Na primeira linha, Michael Stipe já conta que “um serviço de anúncios públicos
me seguiu até em casa outro dia”. Os resmungos vão se acumulando para explodirem
no refrão em tom de súplica aos paparazzi imperdoáveis: It’s been a bad day/ Please don’t take a picture.
Agosto de 1992 ficou conhecido como o mês da explosão do chamado
Movimento dos Caras Pintadas, fenômeno jovem que – obviamente - não foi o
causador direto do impeachment de Fernando Collor de Mello, mas pelo menos
contribuiu em algo.
E, mais do que isso, acabou sendo a última vez em que os politicamente
passivos brasileiros levantaram a bunda da cadeira para protestar, de forma minimamente
contundente e organizada.
De lá para cá, infelizmente pouco mudou em nossa cultura de corrupção, vide
o Mensalão, que começou a ser julgado ontem. O que não impede este blog de
prestar sua homenagem aos 20 anos dos Caras Pintadas com um Top 10 capas de
disco ilustradas pelos... bem, os Caras Pintadas da música.
*Só entram na lista os “maquiados de ocasião”. Ou seja, não valem
artistas que passaram a carreira com a face oculta por cosméticos, como Alice
Cooper, Kiss, King Diamond, Marilyn Manson e os inventores de tudo isso, Secos
& Molhados.
10-Luiz Melodia –
“Retrado do Artista Quando Coisa” (2001)
Alguém precisa avisar Melodia que seu talento e
originalidade se garantem e dispensam qualquer forçação de barra como esta foto
(e este título terrível).
9-The Kinks –
“Sleepwalker” (1977)
Tampouco está à altura da importância dos Kinks esta
imersão de Ray Davies pelo mundo dos “Sombras”.
8-Ney Matogrosso –
“Destino de Aventureiro” (1984)
A coisa começa a melhorar aqui, com a mistura de suor,
purpurina e batom de nosso herói glam. Extravagância em encartes é com ele,
aliás.
7-Frank Zappa –
“Joe’s Garage” (1979)
O encontro amoroso entre o esfregão e o Zappa versão
negra antecipou em três décadas a máxima do “o tosco é o novo cool” de Marcelo
Adnet...
6-Otto – “Condom
Black” (2001)
...e inspirou Otto
5-Peter Gabriel – “Plays
Live” (1983)
Para quem passara uma década tocando com bizarras máscaras
à frente do Genesis – sem avisar os companheiros de banda -, até que a versão
maquiada do Gabriel solo era bem light.
4-The Art Ensemble
of Chicago – “Chi Congo” (1970)
Meda? Espere até escutar os solos coletivos de metais
e percussão que ocupam esta radical meia hora de free jazz.
3-Caetano Veloso –
“Muitos Carnavais” (1977)
Fino close em Caê no espírito Samba, Suor e Cerveja,
flagrado por João Castrioto, autor de retratos de outras capas clássicas do
baiano, como a do LP “Qualquer Coisa” (1975).
2-The GO-Go’s –
“Beauty and The Beat” (1981)
Poucas portadas da
new wave – sempre instigante esteticamente - saíram tão boas como esta.
1-David Bowie –
“Aladdin Sane” (1973)
Não só Harry Potter – em série criada pelo site Next Movie - parodiou
a imagem do então novo personagem criado por Bowie, uma evolução do famoso
Ziggy Stardust. O inconfundível raio azul e vermelho foi parar também na face
de Hommer Simpson e, em sua versão original, pode ser encontrado em capas de
celular, bonecos e até em uma camiseta no guarda-roupa da Sarah Jessica Parker.
O que seria dos Jogos Olímpicos sem o ímpeto acrobático de certos seres
humanos? Saberíamos quem foram Saïd
Aouita, Elena
Shushunova, João do Pulo?
O mesmo ocorre em algumas clássicas capas de disco marcadas por
estripulias corporais dos próprios artistas. Não tivessem eles se aventurado em
posições e ângulos tão inusitados, estas portadas
seguramente não entrariam para a história como
de fato fizeram. Ou pelo menos para mim.
Enquanto espera a edição londrina
do megaevento esportivo, a começar no próximo dia 27, o Mala da Lista alonga a
panturrilha em prevenção à poltronite aguda, flexiona o antebraço contra
luxações em abertura de geladeira e medita sobre o assunto.
O resultado começa por aqui, as 10 melhores capas de álbuns acrobáticas
estreladas pelos autores. (Quem quiser conhecer o Top 5 capas com os que, de fato, pousaram fazendo esporte, que clique aqui).
10-The Isley Brothers – “Shout!” (1959)
É bom saber que nem todo músico quebra espinha saltando e dobrando as
pernas assim.
9-Moby – “Play” (1999)
Trata-se na verdade de um flashforward do popstar eletrônico recebendo
notícia de que a bolacha rendera disco de platina em mais de 20 países.
8-Vanusa – “Vanusa” (1969)
Ela é pura vanguarda. Muitíssimo antes de oferecer à pátria releituras no
wave do Hino Nacional, se aventurava na ginástica rítmica com fitas.
7-Jackie Wilson
– “He’s So Fine” (1958)
Para quem, há mais de meio século,
ordenava às massas “Baby Workout”, até que os
movimentos de Jackie aqui são suaves. O fã Michael Jackson lhe chupinaria a
maioria dos passos.
6-Massarock – “Massarock” (2010)
Artes marciais e dub são possivelmente as atividades mais antagônicas
que alguém possa realizar simultaneamente. Ou não, como sugere esta jamaico-paulistana.
5-Sly & the Family Stone – “Fresh” (1973)
Ainda na mesma pegada, contemplemos o voo do insano Sly rumo ao
ambulatório. A combinação é batata: funk, kung fu e sapatos de plataformas.
4-Fishbone – “Fishbone” (EP – 1985)
Compartir um pardieiro com Angelo Moore, Walter “Dog King of The Freaks”
A. Kibby II e companhia na Los Angeles
das gangues, em meados dos anos 1980, não era das experiências mais
recomendáveis para não-atletas.
3-Madness – “One Step Beyond” (1979)
Igualmente complicado era ser um destes londrinos. E com a obrigação de
se desdobrar sempre trajando terninho.
2-Fugazi – “Fugazi” (EP – 1988)
Os fãs de Fugazi, que são como uma seita,
ainda sonham com os shows da cultuada banda de WashingtonD.C..
Afinal, não raro terminavam assim.
1-Grace Jones – “Island Life” (coletânea oficial - 1985)
Não basta antecipar a Mulata Globeleza em uma década. É preciso fazê-lo
em uma perna só.
“Dani, acho
que foi um presságio: quando você não estava aqui, o André foi ao nosso quarto
e voltou correndo com a chupeta do Corinthians na mão, tentando tirá-la do
pacote”.
A noite do
primeiro título corintiano na Libertadores, que terminaria às seis da manhã com
este blogueiro transfigurado, bêbado, enrolado numa bandeira preta e branca,
uivando rouco e solitário sobre uma bicicleta em cruzeiro pelas ruas de
Barcelona, não poderia ter começado com melhores vibrações.
Minha amada
Anita, respeitabilíssima sãopaulina, confirmava as tendências alvinegras 0%
forçadas de nosso filhinho de dois anos – tão pouco impostas que a chupeta
estava fechada, esperando ser procurada. Confirmava, também, sua mediúnica capacidade
de prever conquistas (ela mesma tinha me dito lá pelas oitavas ou quartas de
final: “o Corinthians será campeão”, e em 2005 antevira o caneco do seu time
bem antes da hora).
Este post,
que traz a primeira lista republicada do Mala da Lista, é 100% mística
futebolística. Vivi esse campeonato sul-americano tão intensamente, varando ou
interrompendo a solavancos 12 madrugadas (os jogos começavam às 3 da manha da
hora espanhola, e às 8 o André levanta para ir à escolinha) que só agora me dei
conta que o blog completa três anos de idade exatamente... HOJE (os outros post
de aniversário são estee este).
Que 5 de
julho mais feliz.
Dedico o
ranking abaixo, de melhores músicas sobre o Corinthians – originalmente publicadoem 5 de dezembro de 2011,
para celebrar nosso pentacampeonato brasileiro - ao André e a meus companheiros
de sofrimento e êxtase na finalíssima capturada em trêmulas transmissões
online: meu pai Ricardo, meu amigo Mário e minha irmã
Adriana.
Especialmente
ela, Adri, o talismã da Fiel, que na sua primeira ida a um estádio, em 1987,
iluminou o Coringão em um massacre por 5 a 1 sobre o Santos. Eu passara meus
primeiros dois anos de estádio (1985-1987) vendo meu time perder. Mas com ela lavaria a alma, ao lado de um pai em transe, em sua primeira - e provavelmente última -aparição em público de camisa aberta, a voz reduzida a um fio gutural de tanto xingar o uruguaio Hugo De León. Aquele jejum acabara.
Como todos
os jejuns um dia acabam.
10-Jackson
do Pandeiro – “Bola de Pé em Pé” (1981)
A música em
princípio era sobre o Flamengo, mas o Rei do Ritmo não resistiu:
Em São
Paulo eu sou Corinthians,Eu adoro o Timão por que
será que eu gosto de sofrer? Vai ver que agora eu dei pra masoquista Meu amor
branco e preto Às vezes me deixou na mão.
9-Negra Li
e Rappin’ Hood – “Sou Corinthians” (2010)
No
centenário, um verdadeiro beabá de guerreiros e suas proezas:
O gol de Viola/O chute de Basílio/ A classe do
Doutor e a fé de Marcelinho
8-Xis –
“Chapa o Côco” (2001)
Clássico,
Timão contra us porco/ Eu vou pru estádio/ Na vitória na derrota eu to do mesmo
lado
7- Demônios
da Garoa – “Coríntia (Meu Amor é o Timão)” (???)
Adoniran
Barbosa, o autor da canção, prestava também sensacional tributo à Zona Leste de
São Paulo:
Como é bom ser alvinegro/ ontem, hoje e amanhã
/Respirar o ar mistura /Do Tietê a Tatuapé
6-Branca de
Neve – “Garra Corintiana” (1989)
Composta
com um cidadão chamado Luiz Carlos Xuxu:
Vai, vai, vai/ São Jorge vai nos ajudar
Vai, vai, vai/ São Jorge também vai jogar
5-Rita Lee
– “Amor em Preto e Branco” (1972)
Com Arnaldo
Baptista, a tortura do jejum sem títulos:
4-Paulinho
Nogueira e Toquinho – “20 Anos de Espera” (1974)
Antes do
“Vai Corinthians” houve o “Ai Corinthians” de quem esperou 23 anos por um
caneco:
Quantos
domingos sombrios / Eu, eterno sonhador /Chegava em casa arrasado / Maltratava
o meu grande amor
3-Gilberto
Gil – “Corintiá” (1984)
Gil sabe o
suficiente de futebol:
Ser
corintiano é decidir/ Que todo ano a gente vai sofrer /Se enrolar no pano da
bandeira/ E reclamar se o time não vencer
2-Sílvio Santos – “Transplante Corintiano” (1968)
É, tem sim
algo mais corintiano do que a sede ser na Marginal Tietê: o Sílvio Santos
cantando uma marchinha de carnaval sobre o time (composta por Ruth Amaral,
Manoel Ferreira e Gentil Junior)
Doutor, eu
não me engano / Meu coração corintiano
1-Toquinho
– “Corinthians do Meu Coração” (1983)
Diretamente
do navio do centenário. E salve-se quem puder:
Corinthians
do meu coração / Tu és religião de janeiro a janeiro / Ser corintiano é ser
além/ De ser ou não ser o primeiro