sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Baile dos mascarados



Virou tradição. O post de Carnaval do Mala da Lista já está para este blog como a Neosaldina para os foliões (dá vontade de colocar um link sobre a palavra “Neosaldina”, de tão fã que sou deste analgésico milagroso).
Em 2010 escancarou-se toda a nudez, castigada ou não, de algumas das capas de disco mais desinibidas da avenida; “Fechando na Prochaska” foi o samba-enredo do ano seguinte, homenageando o esplendor e a glória das melhores virilhas que, como luxuriantes carros abre-alas, estampam em encartes.
Para a terceira edição do baile carnavalesco, resolvi pegar leve, voltando às origens da ancestral festa pagã: as máscaras. De artigo de fetiche nos (ba)canais de Veneza a indumentária pornô em salões do litoral brasileiro, elas de certa forma ainda simbolizam o Carnaval, como a bunda de fora ou o Pedro Bial narrando breaco o desfile da “Caprichares de Pilosos” em 2000.
E claro que, por serem algo tão clássico, as máscaras foram parar também na cara de artistas dos mais extravagantes na hora de posarem para capas de discos. Algumas são históricas. Apreciem e não se esqueçam: ziriguidum, telecoteco.
*Não valem álbuns da banda Slipknot, mascarada supostamente 24 horas por dia, 365 dias ao ano.



10-The "You Know Who" Group – “The ‘You Know Who’ Group” (1965)

Grupo efêmero montado nos EUA para tentar imitar as bandas inglesas até no sotaque, chega a soar bem, mas com tão pouca autenticidade que os músicos tiveram que se disfarçar de Zorro.



9-Tricky – “Knowle West Boy” (2008)

Na alfândega entre o clima “Eyes Wide Shut” da foto lá de cima e a luta livre mexicana.



8-Eurythmics – “Touch” (1983)

O esgrima imaginário de Annie Lennox pedia adereços. E muita tinta no cabelo.



7-Björk – “Medúlla” (2004)

Não fica claro, mas me parece uma máscara feita com cabelo. O que seria bem bjorkiano.



6-Steve Miller Band – “The Joker” (1973)

Legal, mas não a ponto de figurar como a 83ª capa mais legal da história, como já disse a Rolling Stone.



5-Soft Cell – “The Art of Falling Apart” (1983)

O dramatismo da geração synthpop rendia muito exagero estético, mas também alguns belos momentos.



4-Joan Baez - Blowin’ Away (1977)


Se eu disser que não é a única capa com um artista usando máscara de aviador, periga que vocês não acreditem. Mas tanto é verdade que até renderia um top 5, cavocando bem. Com esta em primeiro lugar, claro.



3-John Cale – “Guts” – (1977)


“Oh, he’s a grumpy old man”, me disse minha amiga Sinéad sobre o ex-Velvet Underground, após emprestar-lhe backing vocals em show. Por “grumpy” entenda-se “ranzinza”, “rabugento”. O que não condiz muito com o senso de humor de Cale na década de 1970, quando combinar macacão Jedi com máscara do Jason, empunhando uma guitarra em Flying V, era apenas um detalhe. Só para quem tinha, é verdade, “guts”.



2-Ney Matogrosso – “Ney Matogrosso” (1975)


-Dêem-me um disco solo e eu serei capaz de tudo.
-Isso inclui se fantasiar de ave de rapina, com cobras e penachos saindo do sovaco?
-Claro.
-Contratado, Ney.



1-Captain Beefheart & The Magic Band – “Trout Mask Replica” (1969)


Para superar uma máscara cujo objetivo é emular um ou mais animais, só mesmo “vestindo” o próprio bicho. Caneco indiscutível para o truta Beefheart.

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3 comentários:

  1. hahahaha a observacao do slipknot e muito boa! Lembro de uma capa do Riot que era um mascarado treta no baile tb. Mas o campeao e o Ne hahahahaha esse nao estava para brincadeira. E o clipe dele fantasiado e demais. Bela lista, mala da lista.

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  2. Dani,
    mensão honrosa para o bixiga 70, que alias é uma lindissima capa
    Pepo

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  3. Adorei o blog! Vi uns posts antigos bem legais...

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