terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ziriguidum. Telecoteco.




Listar boas músicas de Carnaval acabaria com o espaço virtual do blogger – seriam necessárias páginas e páginas só para as marchinhas e as canções de Chico Buarque. Por isso este blog resolveu homenagear a algazarra institucionalizada que começa na próxima sexta com outra das principais características do nosso esquindô-esquindô: a nudez.

Não se trata de um slide show com as melhores madrinhas de bateria de escola de samba ou algo do gênero. O tributo aqui faz uso das mais marcantes capas de discos estreladas por gente pelada. Nem precisa dizer que a maioria dos álbuns sofreu censura em algum momento, seja em seu lançamento ou reedição.

Nossa viagem vai do mal gosto à genialidade, com escalas no naïve e na mais pura molecagem. Sendo os protagonistas os próprios artistas ou não, o que importou é que eles estivessem completamente sem roupa, salvo excêntricas ou fetichentas exceções (ver do número 8 ao 5). Dito isso, as capas ilustradas com bombásticos topless ficam para outro post. Vão esperando aí, taradões.

10-Megapuss – “Surfing” (2008)



Eu avisei que o começo ia ser duro. Ou mole, como se apresentam os órgãos reprodutores de Devendra Banhart e seu companheiro neste projeto paralelo, Gregory Rogove. Devendra está sempre no limiar entre o “mandar mal, mas mandar bem”, e o “mandar bem, mas mandar mal”. Aqui talvez ele tenha “mandado mal, mas mandado mal”.


Como eu sei que as genitálias dos dois estavam moles? Ora, por que eles fizeram questão de compartilhar conosco esta informação na contracapa. Observem abaixo, se puderem. Foi mais ou menos assim: “Gregory, quer dizer então você também extraiu o seu prepúcio? Que legal, o mundo precisa mesmo saber disso!”.




9-Prince – “Lovesexy” (1988)


Pode soar estranho, mas acho que a genialidade de Prince passa, sim, pelo quanto ele se acha sexy. Não importa o que aconteça, o pequeno monarca sempre insistirá que, além de cantor, compositor, bailarino, produtor e multiintrumentista, ele é gostoso. E que sua sensualidade é ainda melhor retratada em capas como esta. (Aliás, aguardem lista só sobre o tema Prince x sexualidade).



8-Red Hot Chili Peppers –“The Abbey Road EP” (1988)


Mesmo se não tivesse se transformado numa banda colossal, o Red Hot Chili Peppers já teria seu lugar na história do rock por uma capa com seus integrantes atravessando a rua, como os Beatles, só que nus e com meias nos pintos.


7-Roger Waters – “Pros and Cons os Hitch Hiking” (1984)



Enquanto seus ex-companheiros ainda tentavam empurrar o Pink Floyd com a barriga, Roger Waters foi investigar outros enigmas. Como por exemplo, “os prós e contras de se pegar uma carona”. Ainda bem que alguém da gravadora dissuadiu o dinossauro inglês de despir-se à beira da estrada em busca de respostas, mandando a loira de saltos altos vermelhos em seu lugar.

 
6-The Darkness – “Permission to Land” (2003)



Eu não descartaria que, durante o curtíssimo apogeu do The Darkness, uma operadora de aeroportos nua para ajudar na aterrissagem tenha feito parte da lista de exigências.


5- Jane’s Addiction – ‘Nothing’s Shocking’ (1988)



O ano era 1988, o mesmo em que Prince posara nu sobre flores e os Chili Peppers “vestiam” apenas meia em suas capas. “Nada mais choca”, pensou Perry Farrell, vocalista do Jane’s Addiction e criador desta capa. Que tal então duas gêmeas siamesas sem roupa, sentadas em uma cadeira de balanço dupla, soltando fogo pela cabeça?


4-Yûya Uchida & The Flowers – “Challenge” (1969)



As vibes do flower power atingiram em cheio a juventude japonesa de 1969. Entre os mais animados estava o ator e cantor Yûya Uchida, que escalou uns amigos para tocar covers de Hendrix, Cream, Janis Joplin e outros autores de músicas que muita gente dançou pelada naqueles tempos.


3-John Lennon & Yoko Ono – “Unfinished Music Nº 1: Two Virgins” (1968)



Possivelmente a idéia não haveria nem sequer passado pela cabeça de Devendra e Prince, os outros artistas desta lista com colhões – em mais de um sentido – para desnudarem-se nas capas de seus próprios discos, não fosse esta aí de cima. Ainda tendo que prestar conta ao mundo como um dos Beatles, então ativíssimos, Lennon gravou um disco experimental com a nova namorada japonesa e a chamou para aparecer na capa como Deus os trouxe ao mundo. Em um dos volumes da caixa de DVDs “Anthology” Ringo lembra da pergunta que lançou ao companheiro ao ver o resultado: “isso é realmente necessário?”.

 
2-Jimi Hendrix – “Electric Ladyland” (1968)



O mundo só conheceu esta versão em uma reedição do disco de Hendrix solta no mercado quando ele já não estava mais vivo. Desde então virou a oficial. Especula-se que não foi Jimi o dono da idéia de fotografar dezenove beldades femininas nuas – teria sido o pessoal de sua gravadora, Track Records -, mas em se tratando de um dos grandes garanhões do rock, fica difícil acreditar. Ainda mais quando se abria o álbum e a contracapa completava o harém:



1-Sigur Rós – “Með suð í eyrum við spilum endalaust “(2008)


Pois é, os discos do Sigur Rós. Cada vez mais cheios de sons de outra galáxia, batizados com nomes cada vez mais impronunciáveis... e ilustrados por capas cada vez mais geniais. Esta, no caso, pegou emprestado retrato desta exposição, do premiado fotógrafo americano Ryan queridinho McGinley. Os islandeses ficaram tão fissurados que elaboraram este clipe com a mesma pegada. Nas estradas mais remotas da Islândia, onde antes se posicionavam as placas sinalizando vacas e gazelas na pista, estão fincadas agora mensagens de “cuidado, travessia de pessoas peladas”, resumidas em simpáticos desenhos que indiquem a perigosa prática.

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