segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Proto-funk-metaleiros





Lembro do Bruce Dickinson indignado numa entrevista publicada pela extinta Bizz há uns dezessete anos: “Funk-metal? O Aerosmith já fazia isso nos anos 70!”. O vocalista do Iron Maiden tinha certa razão. Ainda que ele tivesse exagerado - o Aerosmith fazia hard rock, e não metal -, o rock e o funk já se conheciam há mais de uma década quando Red Hot Chili Peppers e contemporâneos estouraram. O que fez o Mala da Lista pensar voltar um pouco no tempo. Após o top 10 com os melhores da chamada safra funk-metal dos anos 80 e 90, portanto, eis aqui as dez maiores influências desta geração, ordenados por seu impacto. Seriam, no jargão dos que perseguem rótulos, os “proto-funk-metaleiros” (?).

10-Led Zeppelin

Banda mais pesada até a chegada do Black Sabbath, s nem por isso o quarteto inglês deixava de funkear. No futuro, canções como “The Greeting Song”, do Red Hot Chili Peppers, soariam bem familiares a esta.




9-Betty Davis

Uma pena a ausência de videos da dama fatal do funk-rock na internet. Seus grooves à base de clavinet, baixo slap e guitarra faziam o chão tremer, suas letras eram explicitamente sacanas e sua voz áspera e agressiva. Ainda por cima conta-se que ela fazia gato e sapato de gente como Jimi Hendrix e Miles Davis. Ambos, diga-se de passagem, estão entre os homenageados da letra desta música.




8-Gang of Four

Provaram que o punk também poderia ser funky. Flea e Anthony Kiedis nunca mais seria os mesmos após ouvir “Entertainment”, o notório álbum de estreia desta banda inglesa, editado em 1979. Tanto que chamaram seu guitarrista, Andy Gill, para produzir seu primeiro disco, homônimo, cinco anos depois. A parceria se faria notar nos ritmos angulares de canções como esta. Mas não agradou em termos de sonoridade de estúdio - pouco crua, como gostavam os pimentas -, segundo conta Kiedis em sua autobiografia “Scar Tissue” (presente que ganhei desta blogueira e deste blogueiro).





7- Aerosmith

Poucas vezes uma talk box foi tão bem empregada. “Walk This Way” era tão legal que ninguém reclamou quando o próprio Aerosmith a utilizou para se auto exumar e ressurgir em 1986 com participação do Run-D.M.C..





6-Artistas da gravadora Stax

Enquanto na Motown os produtores buscavam o máximo de sofisticação e seus artistas se portavam como verdadeiros príncipes, na rival Stax a ordem era soar o mais fiel às raízes da música negra urbana americana. Os discos de Otis Redding, Sam and Dave, Staple Singers e outros tinham menos firulas e eram tocados com a mesma pegada firme exibida ao vivo. A presença de músicos brancos nas bandas de estúdio da Stax – sobretudo na mais famosa delas, Booker T and the MG’s – reforçava a inclinação roqueira de muitos dos arranjos.





5-Sly and the Family Stone

Cada música desta banda era uma revolução. Pelo jeito de cantar de Stone, pelos teclados psicodélicos que usava, os arranjos de metais, os coros, as linhas de baixo. De quebra, o cara ainda era chegado em riffs de guitarra sujos e pesados, e sua atitude intimidaria muito roqueiro.





4- Ike & Tina Turner

Como fizeram alguns astros da Stax, Ike Turner - um dos pioneiros do rock - e sua mulher Tina transformavam em suas pérolas to repertório roqueiro, além de emprestar às versões uma energia poucas vezes vista. Atenção para o cabelo Playmobil espetacular de Ike (OK, OK, e para a abundância de pernas femininas bem torneadas aqui presentes).




3-Hip-hop old school

Beastie Boys, Urban Dance Squad, Rage Against the Machine e Red Hot Chili Peppers estão entre os que mais se inspiraram no jeito quadrado de rimar da primeira geração do hip-hop, do final dos anos 70. Uma fonte da qual brotavam petardos como este de Kurtis Blow. Tão das antigas que a base ainda era orgânica, tocada por músicos funk, e não criada a partir de samplers e bateria eletrônica.




2-Jimi Hendrix

Antes da carreira solo, Jimi já tinha acompanhado tanto fundadores do rock (Little Richard) quando representantes obscuros do soul (Curtis Knight). O estilo que criou naquele período reunia o melhor das duas vertentes, e triplicava seu impacto com suas pesquisas com ruídos e efeitos psicodélicos inéditos até então. O vozeirão desgovernado completava o pacote que reverberaria em quem se atreveu a suingar o rock, ou sujar o funk, a partir de então.




1-Funkadelic e Parliament

George Clinton (foto) manteve simultaneamente na década de 70, sabe-se lá como, o Funkadelic e Parliament. As fórmulas das duas bandas seriam as mais imitadas pela geração funk-metal dos anos 80-90: baixo na cara, guitarras Hendrix combinadas a guitarras James Brown, letras libidinosas, LSD, viagens espaciais, arranjos vocais experimentais, metaleira incendiária, figurinos espalhafatosos e atitude baderneira. Das duas, que depois se juntariam no P-Funk, o Funkadelic pendia mais para o rock, e o Parliament mais para o funk. Outros personagens lendários, como o baixista Bootsy Collins, o guitarrista Eddie Hazel e os J.B. Horns, fizeram parte. Quando migrou para os sintetizadores, Clinton (aqui com fabuloso cabelo pré-B.A.) teve a mesma influência sobre os gangsta rappers da década de 90. Chili Peppers (cujo disco “Freaky Styley”, de 1985, produziu), Fishbone e outros prestaram-lhe diversas homenagens.

Um comentário:

  1. yo!! que post foda cara!
    adoro funk, principalmente funk rock.
    eu falo isso pra geral e tiram sarro d mim q isso non existe, axam q eu tow qerendo misturar iron com mc creu ¬¬ aff. somos um dos poukos brasileiros q entendem isso

    acho q vc podia botar soh so os links do posts na pagina inicial do blog, ou que aparece soh um pedacinho do texto de inicio, pq muitos youtubz na mesma pagina pesa..
    vc tem talento continue assim

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