terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dia das Crianças: os desenhinhos



Dia das Crianças já virou tradição no Mala da Lista. Em edições anteriores da data, publiquei as melhores capas com músicos na infância, ou simplesmente as melhores capas com crianças e bebês. A molecada também compareceu neste top 10 especial de nascimento do André, o Malinha da Lista.

Em 2011, esta semana é duplamente da Criança. Pelo dia 12 de sempre, vulgo amanhã, mas também porque começam oficialmente as atividades na guardería (creche) dele, da qual somos orgulhosos cofundadores.

Na verdade o pequeno perdeu os primeiros dias “para valer” por causa de uma febre, ainda que já tivesse participado, com os pais e se saindo muito bem, da temida fase de adaptação: não chorou, não cometeu bullying, não apanhou. Ficou na dele.

Aliás, graças à pedagogia Waldorf, durante esta mesma adaptação eu por fim dei um significado legítimo a uma antiga expressão linguística, aparentemente niilista. Os pais eram recomendados a realizar “atividades manuais” enquanto acompanhavam o desempenho dos filhos. Totalmente bronco neste quesito, fingi que lixava um toco de madeira para dar-lhe a forma de um belo nada. Por meia hora estive, portanto “pouco me lixando”.

Fossem estas atividades manuais uns desenhos, os resultados poderiam ser mais produtivos e até figurar neste novo ranking: o de capas de discos que foram ou parecem ter sido ilustradas por crianças.


10- Neil Young & Crazy Horse – “Zuma” (1975)


Em algum idioma “Zuma” deve querer dizer “mulher nua sobrevoa um cacto suspensa por uma cegonha”.

9-Mallu Magalhães – “Mallu Magalhães” (2008)


O som já era over-fofo. Precisava também do leãozinho bobo?

8-Oscar Peterson – “Put on a Happy Face” (1962)


O jazz aqui é de tal qualidade que a carinha feliz é daí para cima.

7- John Lennon – “Walls and Bridges” (1974)



Se não faltava feeling ao John músico da idade adulta, tampouco dá para dizer que a versão infantil do gênio fosse um completo desastre na prancheta. Pelo contrário.

6-The Cure – “The Cure” (2004)


Se entrasse um coleguinha chamado Robert Smith em minha classe no Infantil 2, eu o retrataria mais ou menos assim.

5-Mudhoney - “Every Good Boy Deserves Fudge” (1991)


Eu e meu amigo Marquinhos tínhamos mais ou menos o tamanho destes bonequinhos quando ensaiávamos a nossa versão de “Good Enough”, clássico presente no disco.

4-Tortoise – “TNT” (1998)



Um encarte ultra-simples – o único capaz de transformar uma embalagem de CDR em fetiche – que é a doce antítese do complexo (e maravilhoso) som que traz em seu interior. Até o personagem, uma espécie de Gasparzinho na puberdade, parece intrigado com a quantidade de referências desconstruídas e recombinadas pelo célebre grupo de Chicago.

3-Bauhaus – “Mask” (1981)



Em se tratando de uma das bandas góticas por excelência, nem o urso de pelúcia – concebido pelo guitarrista Daniel Ash - escapa de ser sinistro.

2-Einstürzende Neubauten – “Kollaps” (1981)


Em algum lugar eu vi que este desenho é do período Neolítico, ou algo do gênero. Possivelmente – por que não? – de alguma criança. De qualquer modo, excelente maneira de representar o brutal experimentalismo dos alemães dos quais gosto, mas cujo nome nunca, jamais saberei pronunciar.

1-Maurício Takara – “M.Takara” (2003)


A pior coisa que pode acontecer na vida de alguém é ser minha dupla no “Imagem & Ação”: sou o pior desenhista que conheço, e desafio qualquer um a me tirar deste trono. Talvez por isso me identifique com desenhos que, como este, sejam tão toscos e ao mesmo tempo transmitam alguma emoção. Neste caso, ainda é o cartão de visitas de um belo álbum. Mais legal todavia é o fato do retrato ter sido traçado durante a infância pelo irmão mais velho do artista (o também músico Daniel Ganjaman), e que o “original” foi salvo de uma definitiva lata de lixo aos 45 minutos do segundo tempo (sim, a textura de “amassado” é genuína).


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Um comentário:

  1. Genial, as usual.
    Me diverti com o texto e desejo desde já uma feliz adaptação para o André.
    Nós na Ibeji, distribuíamos pipoca, suquinhos e muita conversa aos pais que passavam a tarde entre tédio e o choro das crianças.
    Bjs

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