sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Lá Vem o Mala do Paulista




Embasbacado com o skyline da zona Sul de São Paulo, que não contemplava há quase três anos, levei o André à janela. “Só neste campo de visão você tem o equivalente a toda a população da cidade onde nasceu”, ouviu do seu pai o pequeno barcelonês.

Entre as centenas de detalhes que te marcam quando você volta à SP após tanto tempo, sobretudo vindo de cidades de médio porte como Barcelona (bom, médio porte pelo menos para o Mala do Paulista aqui), um dos mais impressionantes é a massa de arranha-céus. Algo, aliás, que sempre achei bonito. E que continuo achando, a ponto de querer homenageá-los ao resgatar as melhores capas de disco em que eles são os protagonistas.


10-Depeche Mode – “Black Celebration” (1980)

 Para começar, um no estilo espelhado, bem yuppie.


9-Killers – “Hot Fuss” (2004)



Essa entra aqui pelo aspecto decadentão, com o ar poluído e o neon de letras de algum alfabeto asiático (não me arrisco a dizer qual; alguém confirma?). Enfim, me lembra um pouco a atmosfera do clássico cinematográfico “Blade Runner”.

8-Blondie – “Autoamerican” (1980)


A efervescência nova-iorquina da virada dos anos 1970 para a década seguinte tem aqui um de seus ícones. De uma glamourosa cobertura se vê não apenas a melhor silhueta feminina da época – a de Debbie Harry, claro -, mas também a sempre inspiradora vista panorâmica de Manhattan.


7-Sufjan Stevens – “Sufjan Stevens Invites You To: Come on Feel The Illinoise” (2005)


Um dos melhores álbuns da década passada é também parte da delirante iniciativa de seu genial autor, que disse querer compor um disco em tributo a cada um dos 50 estados americanos. Até agora, apenas Michigan e Illinois foram homenageados (a capa denota referênciascomo a torre Sears de Chicago, e em oura versão está o Superman).


6-Lalo Schifrin – “Towering Toccata” (1977)


Novamente o coração de Nova York comparece em grande estilo. Aqui, com o célebre compositor de trilhas sonoras argentino vigiando as finadas torres gêmeas, que aliás aparecem em outras várias capas (menção honrosa para a de “Going for The One”, do Yes, também muito boa).


5-Marvin Gaye – “Midnight Love” (1982)


Eu diria que trata-se também da Big Apple a metrópole que serve de pano de fundo para Marvin. Que, com seu sorriso maroto, discorreu sobre “cura sexual” e outras artimanhas neste bom disco.

4-Hurtmold – “Mestro” (2004)


O som urbano desse sexteto paulistano migrou com sucesso para o projeto gráfico de um de seus melhores trabalhos. Tudo a ver com a tensa mistureba de sons da banda.


3-Bad Religion – “How Could Hell be Any Worse? (1982)”


Como o inferno pode ser pior do que isso? É a pergunta, um tanto exagerada, da banda californiana em seu trabalho de estreia. Inclui o clássico “We’re Only Gonna Die”.


2-R.E.M. – “Accelerate” (2008)


É das que mais me lembra São Paulo, sobretudo os edifícios do centrão. Falta só encontrar onde foi parar esse logo bacana do trio saltando pelos ares. Na Praça das Bandeiras? No Anhangabaú?


1-Tim Buckley – “Greetings From L.A.” (1972)


Pode a poluição resultar em algo esteticamente belo? Pois a capa desta bolacha do pai do Jeff Buckley responde que sim. São Paulo e Santiago – a outra cidade que conheci que tinha essa espécie de crosta lilás tóxica no horizonte – não dão nem para o cheiro. Literalmente.

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