sexta-feira, 29 de abril de 2011

Trabalho, louco trabalho



O Dia do Trabalho é feriado internacional. Um paradoxo que já me fez pensar: será que inventarão também o Dia do Feriado, no qual todos teremos que trabalhar?

Independentemente de contradições como esta, em 2011 o ilustre Primeiro de Maio coincide com um domingo. O que, para amantes de feriados como eu, é bastante broxante.

Só aumenta a vontade do Mala da Lista de reunir as cinco canções mais reclamonas sobre esta antiga mania do ser humano, o Trabalho. Um playlist para vagabundos convictos, workaholics arrependidos ou simplesmente vítimas da “correria”, pronto também para servir de trilha sonora para as não menos tradicionais manifestações ocorridas neste dia pelo mundo afora.

5-Ramones – “This Business is Killing Me” (1981)

Para o segundo quarteto mais cultuado do rock, as canções deveriam expressar os pontos de vista de um eterno moleque. Desprezar as obrigações e aborrecimentos de uma vida laboral adulta naturalmente se enquadra nesta ética, lado a lado com o amor por canções pop descartáveis, quadrinhos, as drogas e espírito baderneiro.


4-Dead Kennedys – “Take This Job and Shove it” (1986)

Quem já teve vontade de estalar a palma na mesa do chefe, puxá-lo pela gravata e lhe dizer “pega este emprego e enfia no teu rabo” precisa escutar esta canção. Ainda mais no insano galope dos aproximadamente 2.500 BPM desta versão dos Dead Kennedys, o estímulo final para a pedida do bilhete azul que faltava na original, do astro honky-tonk Johnny Paycheck.


3-Mundo Livre S/A – “Livre Iniciativa” (1994)

“Trabalho, trabalho, novo trabalho” é o refrão deste clássico do manguebit (ou manguebeat). Eu até hoje achava que era “trabalho, trabalho, LOUCO trabalho”, o que daria um sentido ainda mais direto à música neste post. Mesmo assim, “Livre Iniciativa” fala de largar tudo e abraçar o jeito “fácil” de se ganhar dinheiro, com “uma arma fumegante na mão, uma ideia na cabeça”. Reparem na presença da loura Syang na guitarra – então integrante da banda de metal PUS – e Otto, ainda no posto de percussionista da banda recifense, conseguindo se parecer simultaneamente a dois personagens de Monteiro Lobato: a boneca Emília e o Visconde de Sabugosa.


2-The Clash – “Career Opportunities” (1977)

Joe Strummer e Mick Jones compuseram isto quando a Inglaterra ia mal das pernas e o desemprego “baixastralizava” geral a juventude do país, que se recusava a encarar qualquer tipo de trampo (“do you really wanna be a cop?”, perguntavam). E, exceto quando menciona o emprego de servidor de chá na BBC?, a letra bem que serviria para a atual conjuntura da Espanha, por exemplo. Onde para muita gente, como lembra o refrão, “career opportunities are the ones that never knock”.


1-Tim Maia – “Sossego” (1978)

Os gênios vão direto ao ponto. Aqui, isso significa não só uma linha de baixo perfeita só de duas notas e um arranjo de metais que todo mundo sabe de cor, mas também uma poética anti-trabalho hilariamente sem frescura. Que fica ainda mais perfeita quando misturada às gargalhadas de Tim, brindando à vagabundagem como um Jabba The Hutt salivante diante de uma nova presa.



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2 comentários:

  1. sugestao de musica que tb vale a pena no dia do trabalho: Capitao industria do Paralamas

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  2. Boa, Bruna. Mais gente deveria citar Paralamas como dica. Gostei. "Acordo para trabalhar, durmo para trabalhar...". Beijos

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