Falta só uma coisa ao verão de Barcelona: piscinas.
Quase todo mundo por aqui mora em apartamento – em mais de cinco anos na cidade, só conheci duas casas – e os edifícios não possuem área externa, o que impossibilita qualquer dispositivo de lazer extra. Tal esquema contribui para que esta praga chamada condomínio não faça parte de nossa planilha de custos. Mas, por outro lado, aquela barrigada sem sal só rola se Maomé subir até a montanha, o que significa ter algum amigo ricaço na chamada Zona Alta (bairros como Pedralbes e Bonanova), ou escalar Montjüic, onde há pelo menos duas piscinas públicas. O “Monte Judeu”, como é conhecido este último, é meu vizinho, e eu não conheço nenhum milionário catalão, assim que tentarei a opção B para as próximas semanas.
Minha nostalgia pelo cloro acabou sendo o trampolim para um top 10 com capas de álbuns feitas em piscinas. Também inspirou este post um dos grandes heróis deste blog, Nick Hornby, que já dedicou um texto inteiro à irritação que sente quando pessoas entram n’água e começam a nadar borboleta por livre e espontânea vontade. O cara é gênio. (Um dia desses escrevo minha versão, sobre os idiotas que dão virada olímpica sem que ninguém tenha pedido.)
*Só entraram as piscinas “povoadas”. As vazias ficam para o fim do verão
**“Nevermind” do Nirvana e outras capas exploradas em posts como as melhores capas com Bebês ou Dinheiro também não valem mais.
10-Oasis – “Be Here Now” (1997)
Eis o uso que um rockstar pode dar à sua piscina. Uma referência direta aos excessos de um ídolo da banda, Keith Moon, baterista do The Who, que em certa ocasião estacionou seu Rolls-Royce não exatamente na garagem de sua casa.
9-Blur – “Leisure” (1991)
Se há um Oasis na lista, há de se encontrar lugar para um Blur. Brincadeira, esta deixou algumas de fora na hora da seleção final pelo estilo da mocinha.
8-Mind Spiders – “Mind Spiders” (2011)
É preciso avisar as caveiras de que há óculos mais apropriados para a prática de natação.
7-The Boomtown Rats – “The Art of Surfacing” (1979)
Do disco que inclui o hit “I Don’t Like Mondays”. Bob Geldof deve ter composto a música após uma aula de natação às 7 da manhã de uma segunda-feira, no inverno inglês.
6-Def Leppard – “High ’N’ Dry” (1981)
Eita jeito de rachar o crânio...
5-Trickster – “Back to Zero” (1979)
Poderia uma capa ser mais gay? Garimpado do livro “1000 Record Covers”, de Michael Ochs.
4-Prince & The Revolution – “Around the World in a Day” (1985)
À primeira vista, quase não dá para ver que esta peculiar festa - entre cujos convidados se destacam o médico nonsense do canto direito e a mistura de Robert Smith com Edward Mãos-de-Tesoura – está ocorrendo ao redor de uma piscina. Mas abrindo o encarte, vem a revelação:
3-Siouxsie & the Banshees – “The Scream” (1978)
Certos álbuns soam como suas capas, por mais abstrato que isso possa parecer. O trabalho de estreia da banda precursora do punk gótico é incômodo e estranho tal qual a expressão da garota submersa do meio.
2-The Motels “The Motels” (1979)
Já outros trazem um certo contraste entre o som e parte gráfica. “The Motels”, por exemplo, é bem mais previsível e até careta do que sua sensacional portada.
1-Robert Palmer – “Double Fun” (1978)
Por fim alguém nesta lista que deixou as propostas “arty” de lado e caiu de bomba n’água. Em companhia, tudo indica, de duas jovens. Que no momento deveriam estar praticando pernadas de nado sincronizado erótico acrobático.
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