Ilustração: Mikl |
Em 2010, o Mala da Lista celebrou seu primeiro ano de vida com um Top 5 canções sobre aniversários.
Para soprar a segunda velinha não valia repetir a mesma ideia, o que obrigou o blogueiro a pensar em outro ranking envolvendo a passagem do tempo: as melhores músicas sobre o medo de ou a rejeição a envelhecer.
Para soprar a segunda velinha não valia repetir a mesma ideia, o que obrigou o blogueiro a pensar em outro ranking envolvendo a passagem do tempo: as melhores músicas sobre o medo de ou a rejeição a envelhecer.
E, sendo a música pop um fenômeno essencialmente jovem, isso sempre esteve na pauta de algumas ótimas canções. Foi também, por coincidência, a obsessão de Michael Jackson, o Peter Pan da música e centro das atenções do post inaugural deste blog.
5-Ramones – “I Don’t Wanna Grow Up” (1995)
Como a própria banda novaiorquina e seus fãs, o moleque que narra esta história está decidido a não crescer. Por causa de, entre outras pentelhações de adultos citadas na letra, pais que brigam e enchem a cara, o trabalho excessivo e até mesmo os cabelos que fatalmente caem um dia.
4-Alphaville – “Forever Young” (1984)
É interpretada de forma exageradamente dramática? É. Tem arranjo grandiloquente e bregão típico do período? Tem. Mas não importa. No fundo, trata-se de uma senhora balada deste grupo alemão (só soube agora!) de tecnopop, que ousava pedir a juventude infinita, e por que não, a vida eterna no refrão. Tão marcante para quem crescia nos anos 80 – lembro de minha irmã e as amigas chorando as pitangas dos primeiros foras ao som de “Forever Young” – que qualquer versão deveria ser proibida. Principalmente a cafonaça que Jay-Z gravou há dois anos. Divirtam-se com o clipe, farto em todos os sensacionalmente ridículos excessos dos anos 80.
3-Rolling Stones – “Mothers Little Helper” (1966)
As “pequenas ajudantes das mães” citadas na letra e no título eram as diferentes pílulas que muitas donas de casa dos anos 1960 acabavam tomando – de anti-depressivos a vai saber mais o quê - para aguentar suas vidas cinzentas e maridos sufocantes. No começo, no meio e no final da canção sobre as mamães trincadas soa o lamento “what a drag is getting old!” (algo como “que saco é envelhecer!”). Afinal, tomar bola para aguentar o tranco costuma ser um hábito de gente mais crescidinha.
2-Titãs – “Não Vou me Adaptar” (1985)
“Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia/ Eu não encho mais a casa de alegria/ Os anos se passaram enquanto eu dormia”. Palavras sinceras e inseguras de Arnaldo Antunes, que de quebra ainda as encaixou em uma das melodias mais grudentas dos Titãs. Ainda um octeto e em plena forma, aqui eles protagonizam um memorável playback no pré-histórico “Globo de Ouro”.
1-The Who – “My Generation” (1965)
Na mesma medida em que Paul McCartney foi notícia ao completar 64 anos por causa de sua “When I’m Sixty Four” (ausente desta lista por não necessariamente reclamar da idade madura), Pete Townshend também rendeu manchetes quando passou dos 60. Teve que explicar novamente o verso mais famoso desta pedrada mod: “I hope I die before I get old” (“espero morrer antes de ficar velho”).
O vídeo repassa um dos grandes momentos da história do rock, experimentado por quem definitivamente não esperava chegar à sexta, ou até mesmo à quinta década de vida. No minuto 3’49’’ Townshend e o selvagem Keith Moon -morto aos 32 - começam a sua tradicional quebradeira de instrumentos; 35 segundos mais tarde, explode a segunda bomba posta secretamente por Moon em seus bumbos, o que deixa o guitarrista parcialmente surdo; e, antes do final, enquanto Moon rasteja pelo chão do estúdio, Townshend arranca o violão do apresentador e o destrói.
Eita geração aquela.
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